Sobre o blog

Vida de ponto-e-vírgula: o modo de vida assim nomeado define-se negativamente: não é ponto, mas também não é vírgula. A vírgula alterna as coisas com muita rapidez. O ponto final é sisudo, sempre encerra períodos! Bem melhor ser ponto-e-vírgula: uma pausa que não é definitiva, e uma retomada que sempre pode ser outra coisa...



quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Online

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Voltei. Não resisti ao clichê de postar votos no último dia do ano!

Todo ano é assim: "feliz ano novo"; "que seus desejos se realizem"; "muita prosperidade e paz na vida de todos!", etc, etc, etc.
Todos os anos, os mesmos votos, os mesmos clichês, atores cansados encenando de novo, e de novo, e outra vez mais o mesmo enredo!
Todo mês de dezembro as mesmas chuvas, o mesmo calor, as mesmas notícias na TV. E o reveillon em Copacabana continua sendo o melhor do Brasil, segundo a Globo.

Feliz 2010
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro

Tudo igual.

E já que não dá pra escapar disso, vou repetir aqui aqueles que têm sido meus votos nos últimos anos:

Eu desejo a todos vocês poesia !

Desejo que cada um encontre a poesia da vida, da sua vida, com outros, nos outros, no mundo. Porque a poesia, "essa que morava onde havia coração" - nos ensina Mia Couto - a poesia colore a vida da gente!

E que, com poesia, 2010 possa ser pelo menos um pouquinho diferente.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Offline

helerson Oliveira - flickr

Se perguntarem, não estou pra ninguém.

Não atendo telefone, não abro e-mail,

não abro a porta pra visita nenhuma.

Twitter? Deletei a conta.

Orkut? Tô contando os dias.

Quero ficar incomunicável

pelo menos por um tempo.

Saio sem ter data pra voltar,

sem nem saber se volto.

Do meu destino, tampouco sei.

Só sei que aqui eu não caibo mais.

"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!"

- Trecho do poema Cântigo Negro, de José Régio, que pode ser lido na íntegra em Brusca Poesia.

Imagem: da galeria de Helerson Oliveira, no Flickr.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Coletivo de pensamentos - I

Andar de ônibus às vezes pode ser muito bom pra pensar em algumas coisas - se bem que eu prefira caminhar, enquanto sinto os cheiros da cidade, deixando os pensamentos me levarem, assim como deixo que as minhas pernas me conduzam.

Voltando aos ônibus. Todo dia eu dependo deles pra ir de um lado a outro da cidade, e frequentemente também à cidade vizinha, onde faço meu curso de pós graduação. Pois bem. Eu disse que às vezes o ônibus é um lugar privilegiado pra pensar sobre a sociedade. E é mesmo. Por exemplo: dia desses eu estava em um totalmente lotado. Tive que ficar em pé boa parte do trajeto. Quando isso acontece, eu prefiro ficar na parte de trás do veículo - dá pra ver melhor o que acontece. Pra quem gosta de observar, como eu, não tem lugar melhor.

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Some-se ao 'coletivo' lotado o calor de 35 graus, ou mais, que tem feito nessa primavera super-aquecida e você estará diante de uma equação que não tem outro resultado senão aquele que se afigurou como espetáculo trash diante dos meus olhos, naquela tarde abafada: pessoas suadas, molhando de transpiração os bancos forrados de plástico - aliás, de quem foi essa ideia? Isso sem contar o neném que chora, o homem que tira a camisa, o celular que toca um funk, a pessoa que o atende aos berros... E eu ali, pensando onde foram parar as fronteiras do público e do privado em nossa sociedade.

O homem sem camisa, sentado rente à janela, ao lado de uma jovem mãe com seu bebê no colo, ignora totalmente que o calor que ele está sentindo não o autoriza a desfazer-se de parte de sua indumentária, pois aquele ali é um local público, de uso coletivo. A despeito disso, ele está sem camisa, cochilando encostado na lateral do busão, enquanto o sol faz pingar lágrimas de suor dos poros de seu rosto, já meio envelhecido, e de suas costas, encarregadas de ensopar o revestimento do assento.

Andar sem camisa é prática comum entre os homens em nosso país tropical. Tudo bem, eles podem, que bom pra eles, nada contra. E, apesar de o movimento feminista ter queimado sutians pra que nós mulheres tivéssemos a mesma sorte, a moda por aqui não pegou - e desconheço lugar no mundo em que tenha pegado. De todo modo, é causa que não tenho muito interesse em defender.

Também não sei se existe um manual de etiqueta para tirar a camisa em público, mas penso que o bom senso deveria ser bom conselheiro. Bom senso, nesse caso, seria praticar o costume em lugares abertos, ao ar livre, evitando-se espaços confinados e de uso coletivo, como os ônibus, vans, metrôs, e transportes do gênero.

Essa coisa do corpo descoberto é bem antiga por aqui. Antes dos portugueses chegarem, os nativos andavam seminus, coisa normal pra eles, bizarra aos olhos estrangeiros. Com a colonização, os índios foram catequizados, descobriram que viviam em pecado, e hoje andam vestidos, enquanto os descenentes dos portugueses andam seminus nos ônibus das cidades...

É um caso, penso, de extrapolação da froteira entre o público e o privado. Você pode fazer coisas em casa, que não é aconselhável fazer na rua. A cultura estabelece o que pode e o que não pode, num lugar e no outro. E isso está sempre mudando, dentro de uma mesma cultura e se compararmos uma cultura com outras. Até o início do século XX, a vestimenta dos homens e mulheres no Brasil não era muito condizente com o nosso clima tropical. Hoje, mantêm-se alguns costumes, como advogados terem de usar terno para ir trabalhar, mesmo quando faz 40 graus, e homens não poderem entrar em muitas repartições públicas usando bermudas ou shorts - que dirá sem camisa! - se bem que às mulheres se permita usarem saias nesses locais, também por uma questão de costume: no tempo em que ficava feio para elas usar calças compridas, "coisa de homem", a saia era tida, ao lado do vestido, como vestimenta mais apropriada às mulheres. Hoje, de uma maneira geral, o jeito do brasileiro se vestir mudou bastante e adaptou-se ao clima do país – permitindo que homens e mulheres andem menos cobertos do que antes e tornando a exposição do corpo em público algo tão natural quanto beber água pra matar a sede.

Continua…

sábado, 31 de outubro de 2009

Antes do pôr do sol

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Os frequentadores deste blog sabem que meu hobby é fotografia. Agora revelo um de meus cenários favoritos: o pôr do sol! Este aí foi ontem, na praia de Itacoatiara, Niterói. Simplesmente tudo!

O título é uma referência a um filme que adoro, do diretor Richard Linklater, com Ethan Hawke e Julie Delpy como protagonistas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ato Médico é aprovado na Câmara

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O PL n° 7.703/06, conhecido como Ato Médico, foi aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 21 de outubro. O substitutivo aprovado, de autoria do deputado Edinho Bez (PMDB-SC), define e regulamenta as atividades privativas dos médicos, mas não esclarece diversos pontos de conflito.

O Projeto de Lei foi apresentado em 2001 no Senado, onde foi aprovado em 2005, sendo encaminhado para a Câmara. Como foi modificado na Câmara, agora retorna ao Senado e, caso seja aprovado, será enviado para análise do presidente da República, que pode vetá-lo ou sancioná-lo.

O texto aprovado apresenta questões polêmicas. Mantém, por exemplo, que somente médicos podem exercer a direção e chefia de serviços médicos, mas não define o significado de “serviços médicos”, o que pode afetar os diversos serviços de saúde realizados por equipes multiprofissionais.

O substitutivo dá aos médicos a exclusividade do diagnóstico e da prescrição dos tratamentos. Dessa forma, retira da população o direito ao livre acesso aos profissionais de saúde sem que tenham que passar obrigatoriamente por uma consulta médica. O próprio relator do projeto pela Comissão de Educação e Cultura, deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), afirmou que o texto aprovado provoca uma tutela dos médicos sobre outras profissões da área de saúde.

Assim, o PL não interessa somente aos médicos, mas a todos os profissionais da área de saúde. Ele desconsidera a discussão da atenção à saúde da população, ao papel dos profissionais da área de saúde no atendimento, suas responsabilidades e seus deveres. Sua aprovação pode trazer péssimas consequências para o atendimento de saúde da população.

O CRP-RJ não nega aos médicos o direito de terem uma regulamentação sobre sua profissão; porém, usando-a como pretexto, o projeto parece ser uma reserva de mercado disfarçada. E não podemos deixar de considerar significativo que quase todas as profissões da área da saúde - Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Técnicos em Radiologia - posicionaram-se de forma contrária ao projeto do Senado.

Como tentativa de evitar a aprovação do PL, o CRP-RJ enviou, na figura de seu conselheiro-presidente, José Novaes, uma carta a todos os deputados, explicando a posição dos profissionais de saúde. O Conselho continuará suas ações contra o Ato Médico e pede apoio de toda a categoria nessa luta. Assine o abaixo-assinado contra o PL do Ato Médico!

(Com informações do site da Câmara dos Deputados)

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado contra o Ato Médico.

Leia o substitutivo aprovado.

Fonte: CRP/RJ

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Arquivos que me guardam

Um arquivo não nasce arquivo. Ele nasce outra coisa, ele tem uma finalidade. Se vira arquivo, é depois. Mas não existe arquivo pelo arquivo.
Existem arquivos mortos...
Existem arquivos bem vivos...
Existem aqueles que a gente tá sempre desarquivando...
Eu confesso: coleciono arquivos. Não sei me desfazer. Aliás, até sei. Mas não quero. É opção mesmo. Enquanto tiver espaço, vou guardando.
Já tive fases de sofrer muito pela perda de um arquivo: adolescência, benditos exageros! Sentia aquela perda por dias. Era cansativo.
Então, cansei mesmo. Chegou um momento em que eu percebi que os arquivos mais importantes tinham uma cópia, aqui dentro, bem no meu corpo.
Como tatuagem, feito aquela música do Chico. Arquivos gravados na minha memória. Um afeto produz uma marca, um efeito.
Daí, percebi que eu estava toda marcada. Afetivamente marcada, no corpo e na alma. E parei de me importar tanto com os arquivos materiais.
Se os perdi, os lamento enquanto ausência, mas não enquanto perda total. Não tem como dar perda total no que tá cravado na pele da gente...
Mas tem os arquivos-cicatrizes. Esses guardam lembranças mais doídas, por isso a gente procura nao mexer muito neles.
O mais importante do arquivo é que não somos nós que os guardamos; são eles que guardam a gente.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sala de espera ou Fast Medicin

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Adotando a linha diário-eletrônico, resolvi narrar minha experiência com a fast medicin dos nossos tempos. Não sei se consigo transmitir como eu gostaria o que eu estou sentindo, mas tenho a meu favor a pobreza de emoções que uma situação assim é capaz de provocar: da monotonia à ansiedade com escala na mais profunda apatia. E só. Bom, talvez uma raivinha, bem inofensiva, ao final, mas é só isso.

Então, adentrei o consultório às 10h e 15min, mais ou menos. Eu já sabia que o atendimento era por ordem de chegada e que o ideal seria eu ter chegado lá às 9h (isso se eu quisesse esperar o menos possível ou, num golpe de sorte, ser a primeira paciente). Detalhe que o consultório só abre às 9h30min, o que obriga a cliente adiantada a ficar do lado de fora, no corredor, esperando até que a secretária da médica chegue para a abrir o consultório. Não foi o que eu fiz.

Em vez disso, telefonei antes – às 9h40min – pra confirmar se teria atendimento hoje mesmo (coisa minha: eu sempre confirmo antes, mesmo as coisas mais óbvias). Ninguém atendeu, o que me fez pensar que nesse caso, o óbvio, que seria a secretária me atender, não estava tão claro assim. “Ainda bem que eu liguei antes”, pensei, “quase que perco a viagem”.

Pelo sim, pelo não, eu ia sair de casa de qualquer maneira, então dei um tempinho e liguei de novo. Dessa vez, a secretária atendeu. Perguntei quantas mulheres tinham na minha frente (era uma consulta ginecológica). 11! Onze mulheres na “fila”, antes de mim. Mas tudo bem, eu ia assim mesmo. Sem desanimar, parti pra lá.

O desânimo veio depois de 2 horas de espera naquele consultório, assistindo ao entra e sai de pacientes: mães novas com seus bebês recém-chegados, acompanhadas dos maridões (que, a contragosto ou não, esperam ao lado delas), grávidas, não-grávidas (como eu), mulheres jovens, maduras e idosas! Sim, tinha umas senhorinhas lá, e a médica até queria que eu cedesse minha vez pra uma delas. Me desculpem, eu cedo lugar em ônibus, sou cortês, respeito o direito que eles têm de serem atendidos prioritariamente. Mas 3 horas de espera mudam a sua perspectiva sobre as coisas. E eu estava olhando aquilo com a perspectiva de alguém que não podia esperar um minuto sequer a mais. Que ceder minha vez coisa nenhuma! Desculpe, vovó (com todo o respeito).

Sim, porque a esta altura o relógio já marcava 13 horas! Foram 3 intermináveis horas de espera, e dá-lhe Marie Clare, né? Descobri numa revista do ano passado, que eu folheei na sala de espera, que Ana Paula Arósio não tem afinidade com o computador e que se surpreendeu ao pesquisar seu nome no google! Em outra reportagem, li que existe um certo perfil de mulher para quem não falta homem. A tese era que mulheres que se valorizam e mantêm sua auto-estima lá nas nuvens atraem os homens! Uma frase de destaque era a seguinte: “elas colecionam relacionamentos bem-sucedidos”. Como assim? Os relacionamentos terminaram e foram bem-sucedidos? Em quê? Alguém me ajuda? E olha que essa revista tem o slogan: “porque chique é ser inteligente”. Acho que o conceito de mulher inteligente dessas revistas femininas não é muito parecido com o meu…

Bom, deixa eu voltar à minha história. Lá pelas tantas, lembrei do post do Bruno sobre sua consulta de 5 minutos e resolvi cronometrar a minha também. A esta hora eu já tinha em mente tornar isso público através do blog e queria ser exata, ter números pra mostrar: “dá mais credibilidade à narrativa”, imaginei.

Assim que a médica me chamou e logo após eu ter me recusado (delicadamente) a ceder minha vez à senhora que estava ao meu lado – a médica aproveitou que ela estava distraída com a mesma revista que eu lia horas atrás – e fez um gesto pra que eu entrasse, ao que eu atendi com obediência canina. Não era a vez dela, gente, era a minha vez, entendam bem. Seria apenas uma cortesia, uma delicadeza que eu me senti no direito de não fazer, ora. E isso eu já expliquei.

Entrei e tratei logo de ligar o cronômetro do meu celular. Eu não ia perder essa oportunidade. Ao sair da consulta, verifiquei que o contador marcava 00:17:38:65. Dezessete minutos e trinta e oito segundos foi o tempo que durou a minha consulta. Uma espera de 3 horas, por 17 minutos de serviço. Saí com uma raivinha tola, que já desapareceu, e com uma justificada vontade de mudar de médica… Não que eu tenha esperança de ser melhor atendida, porque consulta de plano de saúde é vapt-vupt mesmo – o que é um absurdo! Mas pelo menos uma consulta com hora marcada, por favor, né?

Imagem: Upload feito originalmente por Eliza Freire no Flickr.

domingo, 4 de outubro de 2009

Pedra em flor

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As flores e as pedras

Contraste poético que minha lente captura.

Há poucos metros dali,

Pessoas conversam coisas que ouço,

mas não registro:

Somos eu, a câmera e a cena.

Enquanto me deixo atravessar

por afetos mundanos,

A vida segue ligeira e boa.

Um vento suave derruba mais flores

da árvore em cuja sombra me sento.

Palavras entrecortadas por cantos de pássaros

compõem a paisagem que, por minhas mãos,

se faz imagem estática.

Tanta poesia há na cidade…

desejos, afetos, vida!

Pedra em flor!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nem cinco minutos guardados

Marcelo Fromer / Sérgio Britto

Teus olhos querem me levar
Eu só quero que você me leve
Eu ouço as estrelas conspirando contra mim
Eu sei que as plantas me vigiam do jardim
as luzes querem me ofuscar
eu só quero que essa luz me cegue
nem cinco minutos guardados dentro de cada cigarro
não há pára-brisa pra limpar, nem vidros no teu carro
o meu corpo não quer descansar
não há guarda chuva contra o amor
o teu perfume quer me envenenar
minha mente gita como um ventilador
a chama do teu isqueiro quer incendiar a cidade
teus pés vão girando igual aos da porta estandarte
tanto faz qual é a cor da sua blusa
tanto faz a roupa que você usa
faça calor ou faça frio
é sempre carnaval no Brasil
Eu estou no meio da rua
Você está no meio de tudo
O teu relógio quer acelerar,
quer apressar os meus passos
não há pára-raio contra o que vem de baixo
tanto faz qual é a cor da sua blusa
tanto faz a roupa que você usa
faça calor ou faça frio
é sempre carnaval no Brasil

 

A Carlos Drummond de Andrade

João Cabral de Melo Neto

Não há guarda-chuva
contra o poema
subindo de regiões onde tudo é surpresa
como uma flor mesmo num canteiro.
Não há guarda-chuva
contra o amor

que mastiga e cospe como qualquer boca,
que tritura como um desastre.
Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatro paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeais.
Não há guarda-chuva
contra o mundo
cada dia devorado nos jornais
sob as espécies de papel e tinta.
Não há guarda-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob a casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos.

domingo, 30 de agosto de 2009

Domingo

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Tudo o que eu quero é cama.

Pés descalços sobre a colcha colorida.

É domingo, afinal.

Sobre a cama, me deixo ficar.

Na cabeça, pensamentos.

No corpo, uma vontade.

Uma carência.

Fecho os olhos, mas não durmo.

O meu querer ainda não tem nome.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cinza

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Foto: Don3rdSE, upload in Flickr.

Solidão no meio de gente, no meio da noite, em plena segunda. Que chato.

Dia cinzento, em linguagem poética, quer dizer: triste, sem graça, sem cor. Mas eu vejo o cinza de outra maneira...

Cinza é mistura. Não é a soma do preto com o branco: é outra coisa. Cinza, outra cor.

Dias cinzentos podem ser alegres, assim como dias ensolarados podem ser tristonhos. O cinza-triste está em quem vê.

O sol brilha pra todos...?

Divagações, elucubrações, pensamentos soltos, tentando se encadear... Desisto.

O que eu queria dizer vai ficar engasgado mesmo! Resta-me a resignação e o sono. Sonharei sonhos cinzas. Em paz.

“por mais que eu tente são só palavras/ por mais que eu me mate são só palavras” ♫ – Mariana Aydar (Palavras não falam).

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cuecas da Hello Kitty – tinha que ser coisa de japonês

Pode até parecer implicância, mas o que eu posso fazer se quase sempre que eu vejo uma notícia bizarra tem a ver com japoneses e suas invenções esquisitas?

Dessa vez, eles resolveram criar cuecas com estampas da Hello Kitty. Tudo porque alguém achou que as namoradas dos mancebos iam ficar caidinhas, já que são fãs da gatinha de desenho animado. Aliás, usar cuecas fofinhas é meio que tendência por lá, e, segundo eles, as namoradas adoram.

Bom, só se for lá, do outro lado do mundo. Porque comigo a tática não ia funcionar, não, sabe. Homem com cueca da Hello Kitty? Não rola, meu bem. Nem do Super-homem, Batman, Justiceiro, e ícones nerds de maneira geral (a quem possa interessar…).

Tudo bem que eu sou uma pessoa libertária, detesto preconceitos e tal. Mas cueca da Hello Kitty é um pouquinho demais, não é não?

hello kitty

A foto dispensa mais comentários.

Fonte: http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/estilo/2009/08/13/216197-marca-japonesa-lanca-cuecas-da-hello-kitty

sábado, 15 de agosto de 2009

Rapidinhas

Estou com mania de pintar as unhas de rosa-choque.

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Não sei se rosa-choque se escreve assim, por causa do acordo ortográfico.

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No dia do solteiro não se ganha presente…

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Estudar Psicologia Organizacional não estava mais nos meus planos…

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Tem um curso (grátis) sobre Filosofia de Deleuze na UNIRIO. Eu vou!

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Não gosto de atum, mas é o que tem no almoço hoje. Macarronese de atum. Vou encarar.

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É mais difícil estudar em dias de sol…

***

Faltam 28 dias pro concurso.

***

O café queimou minha língua.

***

A última frase não tem a menor importância.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Perfis

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"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."

Clarice Lispector

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Micro-conto: a dúvida

Lamentava a falta de amigos e passar os fins-de-semana assistindo filme no DVD, sozinho. Hoje, tem quatro convites pra sair e  lamenta ter que optar. Acha que vai acabar dispensando todos pra não ter que magoar ninguém. Além do mais, o filme já está alugado.

Bia Loivos

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Foto: Mr. Tea para o Flickr.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Micro-conto: insônia

Deitou-se. Virou-se, mexeu-se, cobriu-se. Suou. Não tinha sono, levantou-se. Pegou um livro, era ruim. Ligou a TV e dormiu.

Bia Loivos.

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Foto: elescher68 para o Flickr.

Micro-conto: vida real

Sempre esperou pelo príncipe encantado. Quando encontrou, descobriu que preferia o cara cheio de defeitos que dispensara um ano antes e que estava de casamento marcado com outra!

Bia Loivos.

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Foto: Muneera para o Flickr.

sábado, 25 de julho de 2009

Partir, andar

Composição: Herbert Vianna

Partir, andar, eis que chega
É essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim
Sobre o mar, sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Dinheiro, grades ou palavras
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Partir, andar, eis que chega
Não há como deter a alvorada
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa
Pra se mandar, o pé na estrada
Tantas mentiras e no fim
Faltava só uma palavra
Faltava quase sempre um sim
Agora já não falta nada
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Eu não quis
Te fazer infeliz
Não quis
Por tanto não querer
Talvez fiz.

História em quadrinhos

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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Desejos realizados… Ou quase isso

Então eu fui comer a torta ontem (a tão desejada e esperada torta fartamente recheada, com pedaços de morango e de chocolate com leite condensado - enfim, tudo de bom) e com direito à praia, ventinho no rosto e corujas!

Sim, elas estavam lá, guardando seu ninho das minhas desavisadas investidas com intuito de fotografá-las. Antes que alguma coisa me acontecesse, resolvi deixar os bichinhos em paz.

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***

Depois foi a vez do sorvete: resolvi matar todas as vontades no mesmo dia.

Descobri num site que a maioria dos sorvetes de pistache não é de pistache, mas uma mistura de essência de amêndoa artificial com corante verde - cor que um legítimo sorvete de pistache jamais teria! Meio que fiquei chateadinha por saber dessa abominável história, mas quer saber? E daí se eu sempre tomei o falso e é DO FALSO que eu gosto? Viva os simulacros! Além do mais, eu saio ganhando, porque, segundo o mesmo site, é muito raro encontrar o verdadeiro nas sorveterias, mesmo nas mais famosas, que oferecem 300 sabores diferentes :0 !

O pior foi que o sorvete de pistache que eu tomei não matou minha vontade, porque tinha um - surpreendente - sabor de cerejas! Logo, nem falso ele era, já que pra ser falso tinha que ter gosto de amêndoa. Deve ser quase a mesma sensação de tomar um suco de limão, que parece de laranja, mas tem gosto de tamarindo, na Tienda del Chavo.

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Eu quero…

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bolo de chocolate com morangos e leite condensado - renata diem cópia Bolo de chocolate com morangos

sorvete de pistache- garfada sorvete de pistache


Créditos:

foto 1: Jabuticaba – Christian Fukuda para o flickr;

foto 2: Bolo de chocolate com morango e leite condensado – Renata Diem para o flickr;

foto 3: Sorvete de Pistache – Garfada para o flickr.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Frase blergh da semana – parte 2

Antes, preciso confessar que foi muito difícil escolher a frase desta semana. Quando vi na televisão a notícia de que a mulher do Kaká tinha virado pastora da Igreja Renascer em Cristo (a mesma daquele escândalo envolvendo a pastora Sônia Hernandes e seu marido, por crime de conspiração e contrabando de dinheiro), com direito a videozinho com partes da pregação de Caroline, não tive dúvida. A vítima, ops, quero dizer, a porta-voz da frase blergh seria ela! Mas tudo se complicou bastante depois que assisti de novo aos vídeos, porque o discurso da pastora Carol é repleto de pérolas. Um prato cheio, sem exagero.

Diante disso, abri uma exceção e, em vez de uma, desta vez teremos duas frases blerghs da semana. Isso é que é ficar bem na foto, hein, Carolzinha.

Então, vamos lá.

A pastora Caroline Celico sentencia:

“Adolescência no mundo é só prostituição; é fumar, é beber, é se drogar”.

- Durante sua primeira pregação na igreja evangélica Renascer em Cristo, a esposa do Kaká contou que quando o casal anunciou o casamento, eles sofreram muitas críticas, várias pesssoas vieram dizer que ela não deveria desperdiçar sua adolescência e tal. Aí, Carolzinha soltou essa.

Eu fico só pensando em todos os adolescentes nerds, que passam o dia no computador, ou nos CDF’s, que só pensam em nota alta, ou em mim mesma, que nem uma coisa nem outra, só queria saber de ver TV, ler meus livros, brincar no quintal, etc, etc, etc., e também nas adolescentes que se prostituem por falta de assistência do Estado e aqueles que se entregam às drogas pelo mesmo motivo… Em todos os que não se encaixam no triste (e limitado) padrãozinho em que a jovem pastora acredita. Enfim, deixa pra lá. A ironia é que pra converter os que estavam ali – os que já estavam convertidos, por sinal – , ela perdeu um montão. Paciência… Não se pode ter tudo.

Mas o melhor eu guardei pro final: pasmem, a esposa do Kaká tem uma explicação pra crise financeira mundial que vai deixar muito economista desempregado por aí. Confiram.

“Outro dia eu estava pensando: como pode no meio da crise alguém ter dinheiro? O dinheiro do mundo tem que tá em algum lugar. E Deus colocou esse dinheiro na mão de quem? Do Real Madrid, pra contratar o Kaká. Foi uma grande bênção."

Segundo ela, esse dinheiro vai financiar a abertura de uma igreja em Madri, sob o comando da pastora Carol.

Gente, falando sério: não dá, não dá mesmo pra eu entender isso. A pastora que fundou a Renascer e o marido dela cumpriram pena por crime de contrabando de dinheiro! E agora a esposa do Kaká sobre no púlpito da Renascer, ao lado da pastora Sônia, fala esses absurdos e anuncia que abrirá uma igreja (filial?) na Espanha, para “ajudar as pessoas”.

Alguma coisa está definitivamente fora de ordem.

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Carol Celico vai às compras em Milão – com o dinheiro que Deus botou na mão do Real Madrid pra contratar o Kaká e que agora o Kaká vai usar para as obras de Deus – no sentido literal. Eita dinheirinho suado!

domingo, 12 de julho de 2009

Frases de afeto

“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”

“Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.”

– Vinicius de Moraes.

"O mal definitivo é que o tempo se esvai continuamente e que existir envolve eliminação. Tudo desaparece: alternativas excluem".

– Jonh Gardner.

“Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.”

“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”

“- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.”


“Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo.”

– Mário Quintana

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“Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”

“O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando.”

“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem”

“As coisas mudam no devagar depressa dos tempos”.

– João Guimarães Rosa.

“Porque nada do que foi feito satisfaz a vida , nada enche a vida
A vida é viver”.

– Ferreira Gullar

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.”

– Clarice Lispector

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vida e obra de Euclides da Cunha no “De Lá Pra Cá” da TV Brasil

O programa desta segunda-feira será dedicado a Euclides da Cunha, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Para conversar sobre o autor de "Os Sertões", o "De Lá Pra Cá" convidou especialistas e escritores de renome nacional. Leitura obrigatória para quem deseja conhecer a história do Brasil, a obra-prima de Euclides trata da barbárie do massacre de Canudos (BA), objeto de inúmeros estudos acadêmicos.

Para entrevistar personalidades literárias, o programa viajou até à Festa Literária Internacional de Paraty que reúne, anualmente, intelectuais e escritores. A equipe da TV Brasil visitou também Canudos para buscar novidades sobre o desfecho sangrento do massacre. Ao escolher Euclides da Cunha como tema desta segunda-feira, o "De Lá Prá Cá" soma-se a outras tantas homenagens que estão acontecendo Brasil afora por conta do centenário de sua morte.

Da cidade histórica de Paraty, o escritor amazonense Milton Hatoum vai falar sobre a viagem de Euclides à sua terra natal. O coordenador da mesa na FLIP O Mar e Os Sertões - Euclides da Cunha, 360 graus, o jornalista Daniel Piza, refez o caminho percorrido pelo escritor na expedição à região do alto Purús, na Amazônia.

O professor Francisco Foot, da Unicamp, abordará as qualidades literárias do autor de Os Sertões. Já a especialista na obra euclidiana e professora da USP, Walnice Galvão, vai fazer uma análise de Os Sertões e  situa  Euclides e sua obra no Brasil do início da República.

De Cantagalo, onde nasceu o escritor, a doutora em literatura Anabelle Loivos fará comentários sobre a biografia do escritor.

O De Lá Pra Cá é apresentado por Ancelmo Gois e Vera Barroso e vai ao ar na segunda-feira (13), às 22h, na TV Brasil.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Deleuze, Spinoza, Vinicius e eu…

O relógio marca uma hora e dois minutos. A madrugada está silenciosa, exceto pelo som que meus dedos extraem das teclas enquanto digito. O monitor do meu computador dá sinais de cansaço, e é difícil ler o que estou escrevendo, porque as imagens na tela aparecem borradas. Minhas costas doem um pouco, mas persisto. Desliguei o msn há poucos minutos, e decidi que ia dormir, mas lembrando de um papo na faculdade hoje mais cedo, em que alguém falou em Espinosa (Baruch de Spinoza), deu vontade de ler alguma coisa. Reler, na verdade.

Abri o site Dossiê Gilles Deleuze e escolhi Spinoza e nós, do livro Spinoza – Filosofia Prática, de Gilles Deleuze. Aliás, este livro, eu o tenho. Nele, o autor trata da questão do que é ser espinosista. O que é o modo de viver de quem encara a vida como Spinoza.

Estou tentando entender um pouco melhor o que é isso. Acho que Vinicius de Moraes era um espinosista (não sei se declarado ou não, mas como diz Deleuze, “a gente se torna então espinosista antes de ter percebido o porquê.”). Vinicius disse: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

Para Espinosa, segundo nos ensina Deleuze, o corpo é definido de duas formas: uma, cinética, diz respeito às relações de movimento e de repouso, de velocidades e lentidões. Sãos elas que definem o que é um corpo. Mas não só elas. Há uma segunda forma pela qual os corpos são definidos: é a forma dinâmica, segundo a qual os corpos afetam e são afetados. Relaciona-se com os afetos de que um corpo é capaz.

“(…)é pela velocidade e lentidão que a gente desliza entre as coisas, que a gente se conjuga com outra coisa: a gente nunca começa, nunca se recomeça tudo novamente, a gente desliza por entre, se introduz no meio, abraça-se ou se impõe ritmos.”

“Concretamente, se definirmos os corpos e os pensamentos como poderes de afetar e de ser afetado, muitas coisas mudam.
Definiremos um animal, ou um homem, não por sua forma ou por seus órgãos e suas funções, e tampouco como sujeito: nós o definiremos pêlos afetos de que ele é capaz.
Capacidade de afetos, com um limiar máximo e um limiar mínimo, é uma noção freqüente no pensamento de Espinosa.”

Não se pode saber antecipadamente o que pode um corpo. Não sabemos de antemão os afetos de que somos capazes. Tal saber nos é possível apenas a partir da experimentação, dos encontros com outros corpos, e dos agenciamentos que vamos produzir. Composição e decomposição, movimento e repouso, velocidade e lentidão, capacidade de afetar e de ser afetado. Por isso lembrei de Vinicius. A figura do poeta que tinha sede de vida, que se entregou aos encontros com uma audácia da qual poucos são capazes…

O texto deleuziano tem beleza. Seduz. Provoca. Faz pensar. É inquietante, como a Ética de Espinosa.

Uma hora e 47 minutos: vou finalmente pra cama, me perguntando quais os afetos de que sou capaz e pensando numa conversa com um amigo (Sérgio, do blog http://www.ocampones.wordpress.com/) , há alguns dias, em que falávamos justamente sobre as diferenças entre os dois planos em que estamos situados e a partir do qual falamos: ele, o da transcendência; eu, o da imanência. A conversa foi a continuação de um debate iniciado a partir de um post meu, que gerou um post dele, em seu blog, dias antes.

Muitas outras coisas passam pela minha cabeça, e todas estão, de alguma forma, relacionadas com tudo isso que é a existência.

Vou encontrar-me com a cama, o edredom e experimentar a capacidade de ser afetada por eles. Uma hora e 56 minutos. A madrugada segue tranquila e, agora, mais silenciosa. Calarei o teclado. Minha voz, não!

domingo, 28 de junho de 2009

Pra não dizer que não falei de Michael

peterpana michael_jackson_1

Finalmente o Peter Pan foi morar na Terra do Nunca…

Nunca mais Michael Jackson! Que descanse em paz.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Bia, Vivi e a passagem do tempo…

Bia Vivi Uff

Aproximadamente 6 anos atrás, na UFF.

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Hoje, em Icaraí.

bia-vivi-e o tempo

Mudamos muito, crescemos, amadurecemos em muitos aspectos. Em outros, continuamos com os mesmos ‘defeitos’; a diferença é que temos (ou pensamos que temos) novas maneiras de lidar com eles. Os anos se passaram, a faculdade passou, hoje a vida é outra. Para nós duas.

Estamos mais bem resolvidas? Sofrendo menos? Resolvendo melhor nossos problemas? Não necessariamente, ahahaha…

Mas continuamos sabendo rir de nós mesmas. E isso é uma virtude. Adoro você.