Sobre o blog

Vida de ponto-e-vírgula: o modo de vida assim nomeado define-se negativamente: não é ponto, mas também não é vírgula. A vírgula alterna as coisas com muita rapidez. O ponto final é sisudo, sempre encerra períodos! Bem melhor ser ponto-e-vírgula: uma pausa que não é definitiva, e uma retomada que sempre pode ser outra coisa...



quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Online

relogio_poema1

Voltei. Não resisti ao clichê de postar votos no último dia do ano!

Todo ano é assim: "feliz ano novo"; "que seus desejos se realizem"; "muita prosperidade e paz na vida de todos!", etc, etc, etc.
Todos os anos, os mesmos votos, os mesmos clichês, atores cansados encenando de novo, e de novo, e outra vez mais o mesmo enredo!
Todo mês de dezembro as mesmas chuvas, o mesmo calor, as mesmas notícias na TV. E o reveillon em Copacabana continua sendo o melhor do Brasil, segundo a Globo.

Feliz 2010
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro

Tudo igual.

E já que não dá pra escapar disso, vou repetir aqui aqueles que têm sido meus votos nos últimos anos:

Eu desejo a todos vocês poesia !

Desejo que cada um encontre a poesia da vida, da sua vida, com outros, nos outros, no mundo. Porque a poesia, "essa que morava onde havia coração" - nos ensina Mia Couto - a poesia colore a vida da gente!

E que, com poesia, 2010 possa ser pelo menos um pouquinho diferente.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Offline

helerson Oliveira - flickr

Se perguntarem, não estou pra ninguém.

Não atendo telefone, não abro e-mail,

não abro a porta pra visita nenhuma.

Twitter? Deletei a conta.

Orkut? Tô contando os dias.

Quero ficar incomunicável

pelo menos por um tempo.

Saio sem ter data pra voltar,

sem nem saber se volto.

Do meu destino, tampouco sei.

Só sei que aqui eu não caibo mais.

"Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!"

- Trecho do poema Cântigo Negro, de José Régio, que pode ser lido na íntegra em Brusca Poesia.

Imagem: da galeria de Helerson Oliveira, no Flickr.